segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tenista alagoano põe o Brasil de volta no topo do tênis mundial

No dia 4 de dezembro de 2000, Gustavo Kuerten foi oficializado como o número 1 do tênis mundial. Nesta segunda-feira, dia 26 de abril de 2010, nove anos e quatro meses depois, o Brasil volta a ter um atleta no topo da modalidade. Tiago Fernandes, o alagoano de 17 anos que conquistou o título do Australian Open juvenil, acaba de assumir a liderança do ranking mundial de sua faixa etária.

O feito, atingido por nomes ilustres como Ivan Lendl, Stefan Edberg, Roger Federer e Andy Roddick, supera até Gustavo Kuerten, que venceu Roland Garros juvenil nas duplas, mas jamais alcançou a liderança do ranking para jovens até 18 anos. A melhor colocação do catarinense, que era treinado por Larri Passos - mesmo técnico de Tiago -, foi o sexto posto.

Na lista divulgada nesta segunda-feira pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês), Tiago Fernandes aparece com 897,50 pontos, à frente do sueco Daniel Berta (837,50 pontos) e do australiano Jason Kubler (830). O francês Gianni Mina, ex-líder do ranking, teve descontados os pontos pelo título conquistado em Beaulieu Sur Mer (França) no ano passado e caiu para a 4ª posição (792,50).

Antes desta segunda-feira, Tiago já era o brasileiro mais bem colocado na história do ranking mundial juvenil. Ele dividia a honra com Nicolas Santos. O paulista, porém, não repetiu entre os profissionais o desempenho que teve como juvenil e hoje, com 22 anos, ocupa apenas a 741ª posição no ranking da ATP.

Desde que triunfou na Austrália, Tiago já vem se arriscando com mais frequência em torneios profissionais. Tentou qualifyings de torneios grandes, como o Brasil Open e o ATP 250 de Houston, mas foi eliminado logo em seus jogos de estreia.

Nas últimas semanas, o alagoano jogou os Challengers (eventos menores) de Blumenau e Curitiba e voltou a sofrer reveses nas primeiras rodadas. Ele garante não estar preocupado com os resultados.

- Agora é a fase em que estou passando para o profissional. Só vou jogar os (torneios juvenis) mais importantes, vou focar mais nos profissionais. Estou evoluindo bastante, é uma época de transição. Essas duas semanas (Blumenau e Curitiba) foram muito boas. O Larri estava viajando comigo, e foram muito legais esses convites para as chaves principais. Joguei contra caras entre os 200, 300 do mundo - disse, por telefone, de Fortaleza, onde disputará mais um torneio profissional nesta semana.

Tiago lembra que hoje em dia não há muito o que mudar em seus golpes, mas precisa aprimorá-los. A alteração significativa, e que ainda está acontecendo, é no seu jeito de jogar entre os profissionais, tenistas mais velhos e experientes.

- Venho trabalhando mais visando buscando o pensamento profissional. Não vou mudar a forma de jogar, de bater na bola. Falo de pensamento, não de técnica.

O que eu faço hoje (golpes), só estou aprimorando. Falo da forma de analisar o jogo e de como jogar os pontos. É um processo difícil, que só se aprende jogando - explica.

Para cada número 1 juvenil que vingou entre os adultos, há provavelmente um caso semelhante de jovem talentoso que não fez sucesso. Se Andy Roddick e Roger Federer alcançaram o topo do ranking, nomes como o do argentino Federico Browne (número 1 em 1994) e o do lituano Ricardas Berankis (2007) são desconhecidos do grande público. Tiago Fernandes conhece bem a história.

- Alguns deles jogaram juvenil, tinham técnica para jogar entre os profissionais e fizeram esse processo bem feito. Os que não passaram por esse processo focaram no juvenil e falharam na transição. Por lesão, falta de patrocínio, ou falta de técnica mesmo, não ultrapassaram o nível dos Futures e dos Challengers. Eu e o Larri estamos procurando a transição bem feita pra que daqui a três anos meus jogo esteja completo - avalia.

Fonte: Gazeta

sábado, 17 de abril de 2010

Maior caos aéreo da história deixa 30 milhões de passageiros sem voar.

Dezessete mil voos foram cancelados em toda a Europa, uma situação muito pior do que o caos provocado pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Muitos aeroportos só devem reabrir na segunda-feira. Filas e mais filas pra tentar viajar de trem, de ônibus ou de navio. Em toda a Europa, é como se os meios de transporte tivessem voltado no tempo, ao começo do século passado, quando ainda não existiam aviões de passageiros.

O ator de Hollywood, John Gleese, que estava na Noruega, pagou o equivalente a nove mil Reais por uma corrida de táxi de dois mil quilômetros até a Bélgica. De lá, veio de trem até Londres, onde tinha um compromisso.

O maior caos aéreo da história da aviação já deixou cerca de 30 milhões de passageiros sem poder voar em todo o planeta, consequência do fechamento de aeroportos em 27 países. Nas torres de controle de voo, uma circunstância inimaginável. Os operadores que controlam em média 28 mil aviões diariamente em toda a Europa, agora estão sem nada para fazer.

A pior situação é na Grã-Bretanha, onde todos os aeroportos fecharam. A encarregada do serviço postal diz que três milhões de pacotes, principalmente com documentos e remédios essenciais, deixaram de ser entregues aos destinatários. Em três dias de paralisação, o prejuízo das companhias aéreas britânicas é equivalente a quase dois bilhões de Reais.

É impressionante a cena que se vê no Aeroporto Internacional de Heathrow, em Londres - um dos maiores e mais importantes do mundo. Geralmente, em dias normais, 180 mil passageiros circulam por lá. Neste sábado (17), pelo menos 1500 aviões estão no chão, impedidos de voar por questões de segurança.

As companhias aéreas chegaram a cobrir as turbinas com plástico para evitar o perigo que está no ar. Uma ameaça que vem das profundezas da Terra, na Islândia, a mais de 1,7 mil quilômetros da superfície. São as cinzas do vulcão Eyjafjallajokull, que entrou em erupção depois de passar 200 anos adormecido.

O vulcão fica embaixo de uma geleira e é por isso que a nuvem de fumaça que cobriu a Europa é tão escura e gigante. Quando a lava entra em contato com o gelo, ela esfria rapidamente. Há um choque térmico e esse material explode, espalhando vapor e cinzas do vulcão. Essas partículas sobem para atmosfera e são carregadas pelas correntes de vento em direção à Europa.

E por que as explosões são mais intensas do que o normal? Os cientistas explicam: provavelmente existe uma quantidade maior de gás misturado ao magma do que em outras erupções. Enquanto o vulcão não acalma sua fúria, o céu na maior parte da Europa permanece exclusivo das aves.

Fonte: G1

sábado, 3 de abril de 2010

Empresários do Brasil são os mais otimistas sobre economia global.

Os empresários brasileiros são os mais otimistas quanto ao comportamento da economia global no próximo ano, indica uma pesquisa feita em 17 das principais economias do mundo pela consultoria internacional KPMG. O levantamento que foi divulgado nesta última segunda-feira, mostra um aumento generalizado do otimismo em relação à recuperação econômica global, principalmente nos Estados Unidos e nos países do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Esta é a segunda vez seguida que a pesquisa, realizada de quatro em quatro meses, apresenta um crescimento do otimismo em vários itens como atividade econômica, receitas e lucros. Segundo a KPMG, os empresários brasileiros são os mais otimistas nos dois setores avaliados pelo levantamento – indústrias e serviços.

# Perspectivas #

A pesquisa ouviu cerca de 11 mil empresários de Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha, Irlanda, Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca, Polônia, Brasil, Rússia, Índia e China sobre suas perspectivas para os 12 meses seguintes.

Para cada item pesquisado, é atribuída uma nota entre -100 e +100, obtida com a subtração da porcentagem de empresários que esperam uma deterioração nas condições para o próximo período da porcentagem daqueles que esperam uma melhoria.

No geral, a pesquisa mostrou um aumento no otimismo entre os 17 países pesquisados sobre a atividade econômica no setor industrial, com uma variação do índice de +42,9 para +50,9 entre o levantamento anterior, de outubro de 2009, e a pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

No setor de serviços, com apenas 12 países pesquisados (Áustria, Holanda, Grécia, República Tcheca e Polônia ficaram de fora), o índice de otimismo registrou uma leve variação negativa no mesmo período – de +46,5 para +44,0.

# Índices maiores #

O índice de otimismo no Brasil ficou em +84,2 para o setor industrial e +78,3 para o setor de serviços. Quando considerados em conjunto os países do grupo BRIC, os índices de otimismo foram de +63,4 e +58,3 nos dois setores, respectivamente.

Os Estados Unidos, que tiveram índices de +65,7 e +60,3, apresentaram a segunda maior taxa de otimismo entre o empresariado, superior até mesmo à média dos países BRIC.

Na China, cuja economia continuou registrando altos índices de crescimento mesmo durante a crise econômica global, os índices de otimismo foram de +63,5 e +59,9.

A Grécia, país que enfrenta graves problemas econômicos e a ameaça de um calote de sua dívida, foi o único entre os 17 países pesquisados em que o pessimismo superou o otimismo, com um índice de -25,2 no setor industrial (o país não entrou na pesquisa para o setor de serviços).

Após a Grécia, a República Tcheca (+8,9 no setor industrial) e o Japão (+25,9 no setor industrial e +3,9 no setor de serviços) foram os países com o empresariado menos otimista em relação ao comportamento da economia no próximo ano.

# Recuperação #

Para Alan Buckle, diretor global de consultoria na KPMG, os resultados da pesquisa são mais uma indicação de que a crise global parece ter sido superada, mas mostram os países em três diferentes níveis em relação à recuperação.

“No primeiro nível estão os países BRIC – cheios de confiança e preocupados apenas com inflação ou questões externas sobre as quais eles não têm controle”, diz.

No segundo nível, segundo ele, estão os Estados Unidos e as economias europeias mais fortes, que mostram um otimismo cauteloso, com dúvidas ainda sobre a sustentabilidade da recuperação depois que os pacotes de estímulo forem retirados.

“No terceiro nível estão países como a Grécia, nos quais a confiança empresarial inexiste por razões óbvias. Países nesse nível têm resultados nas pesquisas bem atrás dos demais, servindo como uma lição salutar para os outros de que nada pode ser considerado como garantido neste estágio mais delicado da recuperação”, complementa Buckle.

# Brasil #

Os dados da pesquisa para o Brasil indicam ainda um otimismo em relação a lucros (+80,1 no setor industrial e +75,6 no setor de serviços), novos pedidos (+85,3 na indústria e +78,4 em serviços) e nível de empregos (+76,8 e +69,1).

O levantamento detalhado indica ainda uma preocupação um pouco maior do empresariado brasileiro com inflação, com índices abaixo da média para itens como preços de insumos, preços de venda e custos com serviços.

Para Oscar Caipo, chefe de consultoria da KPMG para a América Latina, “o Brasil parece estar cumprindo verdadeiramente a promessa de crescimento dos BRIC”, com os maiores níveis de otimismo entre todos os países pesquisados.