domingo, 29 de janeiro de 2012

Estudo prevê salto em "economia digital" nos países do G20.


A economia digital deve quase dobrar nos países do G20 (20 maiores economias do mundo) até 2016, segundo um estudo do Boston Consulting Group.

O relatório, encomendado pelo Google e divulgado nesta sexta-feira no Fórum Economico Mundial em Davos, na Suíça, mostra que os negócios associados à internet devem crescer dos atuais US$ 2,3 trilhões para US$ 4,2 trilhões em 2016.

A previsão é que em quatro anos três bilhões de pessoas tenham acesso à internet, número equivalente à metade da população mundial.

O grande propulsor dos negócios devem ser os celulares com acesso à internet, em franca expansão nos mercados emergentes.

No entanto, um dos problemas do estudo, segundo o editor de economia da BBC, Tim Weber, é que o relatório não especifica o que seria a economia digital. Não fica claro se ela abarca apenas compras feitas pela internet ou também outros negócios.

David Dean, um dos diretores-gerentes do Boston Consulting Group, explica que os limites são tênues.

"Durante o estudo descobrimos que não há um jeito consensual de medir a economia da internet", diz.

Fabricantes de eletrônicos que passem a produzir aparelhos com conexão à internet, por exemplo, não entram na conta.

Dean argumenta que em breve já não fará sentido falar em economia digital, já que todo o conjunto da economia estará associado à internet.

Segundo ele, o termo será tão cômico quando se hoje em dia se utilizasse "economia da eletricidade".

Nova internet

O estudo indica que, em 2016, 80% dos usuários de internet acessarão a rede pelo celular.

O relatório mostra ainda que a conexão à internet já não será vista como um luxo, como o é hoje para boa parte da população mundial.

A maioria dos usuários estarão nos mercados emergentes. Só na China serão 800 milhões de usuários, mais que Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha somados.

Paul Zwillenberg, também do Boston Consulting Group, diz que empresas que não se atualizarem serão ultrapassadas pelos rivais.

O estudo não mostra, no entanto, como a nova economia digital terá reflexos no mercado de trabalho, se ela criará mais ou menos empregos que as empresas "analógicas".

Zwillenberg diz que “estamos apenas começando a perceber o potencial da internet”.

"Para competir, as empresas terão de reforçar o que chamamos de balanço digital, ao criar seus ativos digitais e controlar suas deficiências, para criar uma vantagem digital", diz.

O analista também chama atenção para o uso que os governos dão à internet.

"Ao estabelecer suas políticas, os governos deveriam se guiar pela necessidade de incentivar o crescimento, a inovação e as escolhas dos consumidores, e não por dogmas", diz.

Fonte: BBC Brasil