sábado, 8 de agosto de 2009

Médicos dão dicas para gestantes se protegerem da nova gripe H1N1

Maioria das grávidas que pega o vírus se recupera e passa bem.
Em caso de suspeita, gestantes devem procurar o médico do pré-natal.

As gestantes são consideradas um dos grupos de risco para a gripe A (H1N1), ao lado de obesos, idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias crônicas, mas os médicos ainda investigam o motivo.

Antes de tudo, é bom deixar claro: a grande maioria das pessoas que pegam a nova gripe, incluindo as gestantes, tem sintomas leves e se recupera totalmente. Mesmo entre os casos graves, a maioria não é fatal, afirma o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O sistema de defesa do organismo (o sistema imunológico) é mais sensível nas grávidas, explica o obstetra José Maria Soares Jr, também da Unifesp.

“Para manter o feto fixado na parede do útero há um pequeno enfraquecimento no sistema imunológico. Não é que ele deixa de funcionar, ele ainda protege a mulher. Ela só fica um pouco mais sensível a vírus e bactérias”, explica o médico.

Pelo mesmo motivo, as complicações de doenças são mais comuns em grávidas. Olzon lembra que outras enfermidades comuns, como catapora e sarampo, são mais perigosas durante a gestação. “O organismo da gestante é mais sensível. Além disso, ela pode sofrer uma perda de nutrientes, que pode deixá-la mais fraca”, afirma. Essa é uma possível explicação para a maior sensibilidade das grávidas ao H1N1, mas só isso não explica a quantidade elevada de casos, segundo os médicos.

“A verdade é que esse número de casos e de mortes em grávidas está muito esquisito. É maior do que esperávamos e ainda não temos estudos suficientes para entender por que isso acontece”, explica Olzon.

Recomendações

Por isso, os médicos recomendam que as gestantes sigam os cuidados para evitar a nova gripe com diligência. “Elas precisam fazer as mesmas coisas que as outras pessoas, mas com ainda mais afinco”, afirma Olzon. As recomendações são: evitar aglomerações, lavar as mãos repetidas vezes, evitar cumprimentar pessoas com abraços, beijos e apertos de mão, e tentar manter distância de doentes.

Se não for possível se afastar de alguém com o vírus (por exemplo, no caso de um filho doente), os médicos recomendam que o paciente use máscaras e que a gestante use luvas, lave as mãos depois de encostar e evite deixar o rosto perto da pessoa.

O obstetra afirma que as gestantes não precisam “se trancar em casa”. “Elas podem sair, só precisam ter mais cuidado para evitar aglomerações de pessoas. É bom também evitar o transporte coletivo”, recomenda.Em caso de sintomas, dúvidas ou suspeitas, os dois especialistas aconselham que a gestante procure o médico que faz o seu pré-natal.

“Se ela estiver com sintomas mais leves, é arriscado ir até o hospital. Ela pode não ter o vírus e acabar se contaminando no pronto-socorro”, orienta Olzon. Se a grávida, no entanto, começar a se sentir muito mal, com febre muito alta e dificuldade para respirar, ela deve sim procurar um hospital rapidamente.

Se a mãe pegar a nova gripe ela pode passar o vírus ao bebê. Há casos tanto de bebês que pegaram a doença no útero, quanto de outros que nasceram saudáveis, mesmo após a contaminação materna. “A transmissão pode ocorrer tanto durante a gravidez quanto na hora do parto”, afirma Paulo Olzon. “Isso não significa, no entanto, que se a mãe teve um caso grave, o bebê terá um caso grave. Uma coisa não tem a ver com a outra. A criança pode apresentar sintomas leves, por que a maioria dos casos é bastante leve”, explica o médico.

Além disso, se o bebê nascer com o vírus os médicos vão medicá-lo logo após o parto, reduzindo os riscos de complicações.

Fonte G1

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