sábado, 6 de dezembro de 2008

Fórmula 1 - "Saída da Honda foi chocante" disse Barrichello.

Foi chocante, como foi pra todo mundo. Recebi a notícia 20 minutos antes de a imprensa receber. Eu iria testar em Jerez, como já tinha sido noticiado. Só que eu tinha de marcar o avião certo, para estar lá na segunda-feira. Então eu ligava para o Ross (Brawn, diretor esportivo) e ele falava para deixar em pé a reserva, mas que ele não poderia falar muito sobre o teste, que a coisa não era pessoal e eu não entendia nada - explicou o recordista de participações na F-1.

Sobre a possibilidade de ser piloto de uma eventual escuderia oriunda do que restar da Honda, Barrichello adotou um discurso cauteloso. Entretanto, ele revelou que uma possível ida para a Toro Rosso, uma das poucas equipes que ainda não fecharam a dupla de pilotos, é difícil.

Nem a Honda tem esse contato (para a venda da equipe) direito. Na Toro Rosso a situação é mais complicada pois eles vão colocar a molecada da Red Bull, então a coisa ficou mais fechada.

Continuando a mostrar serenidade e cabeça fria, Rubens reiterou seu desejo de continuar competindo na Fórmula 1, embora tenha deixado claro que aceitaria com naturalidade uma volta ao Brasil:

Eu estou muito tranqüilo, o destino sempre reservou boas coisas para mim, se o destino vai ser na Fórmula 1 ou fora da Fórmula 1, só uma pessoa vai saber e ela está lá em cima cuidando de todos nós. Fiz de tudo, estou muito empenhado, perdi três quilos desde o fim da temporada. Estou trabalhando para guiar, fiz tudo o que eu podia: contatos, patrocinadores, o treinamento físico se intensificou. Talvez não valha nada em um mundo de Fórmula 1, mas ganhei duas corridas de kart, o que significa que o piloto está afiado.

Ainda com seu futuro na Fórmula 1 indefinido, Rubens Barrichello esteve neste sábado no Autódromo de Interlagos para participar de uma homenagem a Ingo Hoffmann, que fará neste domingo sua última corrida na Stock Car. Apesar de surpreso com a notícia do fim da Honda, equipe pela qual competiu nos últimos três Mundiais, Barrichello comentou que está tranqüilo quanto ao que o destino pode lhe reservar: a permanência na F-1 ou a volta ao Brasil.

Não quero parar, o Brasil inteiro gostaria que eu continuasse, pelas cartas que eu recebo, pelas enquetes que eu vejo na internet. Isso é muito gratificante. Se o destino reservar que não vai ser mesmo a Fórmula 1, tenho uma grande família para eu voltar, tenho um grande Brasil para habitar. O meu desejo real, de coração, é continuar correndo. Mais do que tudo, um grande desejo é voltar a morar no Brasil depois de mais de 20 anos fora. Com esse monte de adrenalina, o dia em que eu parar, não vou conseguir ficar parado muito tempo - encerrou.

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