Com a reversão do saldo negativo do ano em abril, o país ainda tem condições de somar " mais de 1 milhão " de novos empregos em 2009, apesar da crise. A projeção é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que se autodenomina " o lado otimista " do governo ao projetar crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2% e 2,5% este ano.
" O Brasil já deu demonstrações inequívocas de recuperação e os dados já dão sustentação a isso " , comentou Lupi ao divulgar pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
" Nenhuma empresa contrata se estiver com prejuízos " , justificou o ministro. " Daí, o principal sintoma de uma economia é a empregabilidade e os números do Caged não mentem " , continuou Lupi.
Segundo o Caged, em abril, foram criados 106.205 novos empregos. Com isso, o saldo de vagas em 2009, que estava negativo até março em 57.751, tornou-se positivo em 48.454 ao fim do quadrimestre.
Sem ser específico, Lupi garante que " maio será melhor do que abril " em saldo de empregos registrados em carteira de trabalho. O ministro aposta em aumento de contratação pelo agronegócio para a colheita da safra agrícola e tem boas expectativas também para a construção civil.
" Neste mês começaram vários programas habitacionais do governo e a liberação desses recursos criou uma cadeia de otimismo no setor " , citou Lupi, referindo-se ao anúncio da construção de até um milhão de imóveis para a população de baixa renda, no programa " Minha Casa, Minha Vida. "
A dificuldade ainda está em dois setores de grande empregabilidade, como a indústria de transformação e o comércio, que acumularam no quadrimestre demissões líquidas de 147.178 e de 65.106, respectivamente.
Para Lupi, a indústria de transformação ainda demora cerca de dois meses para mudar de direção, com a chance de acumular criação positiva de vagas apenas no segundo semestre.
