A Porsche anunciou nesta quarta-feira sua fusão com a Volkswagen, grupo do qual já é acionista majoritária com 51% das ações.
Segundo relatou fonte próxima das empresas à Bloomberg, a proposta, que está em cima da mesa, inclui a fusão dos construtores automóveis e a procura de um investidor ou a venda da Porsche à Volkswagen, em troca de dinheiro e acções.
Mudanças estruturais na Porsche são inevitáveis, disse o analista do setor Marc-Rene Tonn à Bloomberg. Nenhum dos donos da Porsche-Piech tem alguma ilusão sobre o tamanho da dívida da empresa, concluiu.
A Porsche foi acumulando capital da Volkswagen desde 2005, chegando agora aos 51%, de forma a proteger a relação entre as duas companhias. Mas a crise no sector automóvel impediu a Porsche de continuar a estratégia, deixando visível a dívida de 9 mil milhões de euros.
A decisão foi anunciada após uma reunião em Salzburgo, Áustria, da família proprietária. Os dois grupos mostram-se disponíveis para “criar um grupo automóvel integrado”, com uma estrutura final que abarcará 10 marcas, das quais nove são detidas pela VW e a outra é a própria Porsche.
De acordo com o comunicado divulgado, os membros das famílias proprietárias da Porsche “pronunciaram-se a favor da constituição de um grupo automóvel integrado”. As negociações com vista à fusão começam agora, envolvendo não apenas as famílias, mas também o governo da Baixa Saxónia – acordo sem o qual não pode levar o processo em frente - e os representantes dos trabalhadores.
No comunicado, garante-se a “independência de todas as marcas e explicitamente também da Porsche”.
A união dos grupos alemães coloca fim no ambicioso plano de Wendelin Wiedeking, executivo-chefe da Porsche, em elevar a participação na VW de 51% para 75%, o que permitiria a fabricante fundada por Ferdinand Porsche nos anos 1940 acessar às reservas de caixa da Volkswagen, já que o futuro grupo terá administração única.
